piratininga engolida

Dos edifícios,
rígidos,
ausentes de graça ou muita cor,
sobem esqueletos que indicam uma cidade
outra
futura.

Frenesi imobiliário 

emaranhado ausente de horizontes

enclausurada em si.


Concentração de renda

ricos mais ricos  

que como reis 

dos seus terraços e carros de luxo

empobrecem a maioria 

mais da metade. 


Sem pobre não tem rico?

E com miséria

fome

pedras

antidepressivos, 

tem país? 


Entre o remedinho de todo dia, 

a cerveja gelada em pinheiros 

e o crack que esconde a fome 

e alivia do frio,

qual a diferença?

O apartamento?

A geladeira cheia?

O mestradinho?


Ringue 

centro retrato 

a poeira escapou do tapete 

The Walking Dead paulista 

tirem a barraca 

o bom prato

cerquem a praça

prendam eles.


Andando quatro quarteirões 

paraíso com aclimação

conto 23 corpos vivos 

me parecendo famintos 

esticados no chão,

mortos? 

Não, dormindo.


Nação de terras 

de sem tetos 

capitanias do nosso tempo

máquina de moer gente 

urbano compulsório  

e seu pretensioso controle. 



*São Paulo, 08 de abril de 2023

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