carta ao novo ano
Que barra!
Na tentativa de equilíbrio
em cima do muro ou na corda bamba,
me ralei.
O vírus não foi mais assunto,
A crise não foi mais desculpa,
A guerra continua banalizada
E bons ventos ventilam Brasília.
Esmurrou doce.
Acelera
não perde
respira
corre.
1x, 1.5x ou 2x ?
Entre quereres e a rotina compulsória
a vida continua valendo pouco
384,71 o barril de petróleo.
Para alguns,
a morte continua chegando mais cedo,
antes da hora,
seja em Gaza, no Congo, ou aqui.
Malandramente me esquivo.
O que não mata, fere.
O que não fere, engorda
como boi tratado para o abate.
A guerra,
a morte banalizada e a violência da desigualdade,
tudo parece se atualizar,
sim krenak, nós não saímos melhores da pandemia,
que fossa.
Entre ficções afetivas e relacionamentos tronchos
sobraram os amores sem rumo, interrompidos.
A graça na desgraça é sobre gargalhar.
O vigésimo quarto chega fervendo
numa segunda-feira
de esú e obaluaiê
o que é pra ser, será
sem retorno.
A vaca segue magra e no brejo, não volta mais.
O fim é mentirinha,
como disse Nego Bispo, é começo meio e começo.
Daqui, tento, sentado num rabo de foguete.
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